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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Maternidade versus Amizade

Vamos lá. Vamos falar de um assunto que quase não é comentado no mundo da Maternidade, até porque sabemos que o amor de gerar um bebê toma tanto conta do nosso ser, que acabamos não comentando de aspectos, digamos negativos, da Maternidade. Chega a parecer meio que tabu falar que a maternidade não é 100% flores.

Quando você nem pensa em gerar uma vidinha, está lá no auge no grupo de amizades, com várias baladas, eventos, bares, passeios tradicionais estilo shopping, cinema, almoço etc. Você se sente meio que uma celebridade em meio a tantas coisas pra fazer, com tantas pessoas pra sair e se divertir, eis que surge as duas linhas naquele teste de farmácia, ou aquela palavra POSITIVO nos exames de sangue de laboratório e vem a GRAVIDEZ. Uhhuuullll vou ser mamãe! (Lógico que esse ‘uhulll’ de alegria na maioria são aquelas mulheres que gostariam de ser mamães). Aí você conta para as amigas e elas ficam super hiper contentes, fazem planos com você de ir as compras para o enxoval, ajudar com o chá de bebê, mimar muito você durante a gravidez e mil juras e planos que as vezes nem seu próprio marido pensa em fazer tudo isso contigo. E então você se empolga, nas primeiras vezes as amigas acompanham para a compra de roupinhas, você passa a se achar a mulher mais feliz do mundo por aumentar a família e ter suas amizades queridas ao seu lado nesse momento, e o tempo passa e a barriga vai crescendo e os passeios para compra de coisas para bebes não passa a ser tão empolgante para suas amigas como é para você, a ajuda para o chá de bebê passa a ser desculpas de que não vai dar pra ajudar pois não tem muita prática com coisas de festas, começa a surgir fotos de saídas para bares e festas onde você nem sempre está alí no meio com a turma, mas é logico que mesmo assim a felicidade de se tornar mãe não deixa isso afetar tanto. E ai chega o chá de bebê e percebe mais ainda que aquelas amigas tão cheias de vitalidade e disposição do começo da gestação, não desejam mais tanto pertencer juntas contigo nesse momento tão maravilhoso pra ti, e percebe que não só não ajudaram com os preparativos como também não compareceram nesse evento. (Tudo bem que digamos de passagem que pra quem não esta esperando um bebe não é um suuuuuper evento – mas lembrem-se: é um evento especial para alguém que está vivendo algo especial).

Enfim... 

Seu bebê nasce, as visitas dessas amigas que tanto eram inseparáveis em momentos de curtição já não é o mesmo, são visitas esporádicas, são mensagens cada vez com mais distância de tempo uma das outras, sua felicidade de repente parece não mais a pertencer ao mundo delas. As fotos já não tem mais você nas baladas, nem em bares e nem em nada, pois dificilmente você sairá com um bebê de colo pra lugares assim, e nem sempre você terá alguém para deixar seu bebê. E começa aquela sensação de abandono, de que você já não tem mais serventia já que agora não frequenta mais lugares assim, aquela sensação de amigas para sempre com aquelas juras de amizade de inicio passa a não fazer mais sentido. Aí você até tenta fazer algo pra que se vejam, acaba ligando para marcarem algo, mas coisas básicas, tipo um shopping, ou almoço em casa, e percebe que tentam dar algumas desculpas para justificar um ‘NÃO, EU NÃO QUERO IR’, desculpas mais delicadas, como: ‘Eu já tinha compromisso’, ‘poxa, almoço de família’, ‘ixi, tenho médico’, ou ‘vou ver depois te ligo’ (esse é o pior tá, esse já se prepare que não receberá ligação nenhuma, nem pra um não e nem para o sim).

E aí você acaba se acostumando, ou fingindo que acostuma e passa a se adaptar a outros tipos de passeios, as vezes aqueles em que só você e o bebê faz parte, ou você e seu marido e o bebê, coisas de família, etc. Não digo que você fica sem amigos, mas que realmente a taxa quantitativa de amizades abaixa, isso abaixa sim, porémmmm... Você percebe que a qualidade de amizades cresce, pois estará contigo alí, aguentando suas crises existências de mãe, aguentando você igual doida correndo atrás do filho que está subindo em todos os móveis, puxando a barra da calça pedindo comida, se jogando no chão fazendo birra e tudo mais que o universo de mãe tem, apenas aquela amizade que você pode chamar de AMIZADE! E essa minhas queridas, não há quantidade que pague.


Observação: E para você que não é mamãe mas leu esse texto e tem alguma amiga gravidinha que você considera, não esqueça de lembrar que o mundo materno muda e quem sabe tentar programar algo com ela que possa incluir sem afetar esse novo momento pra ela. Almoço em casa, parques coisas leves pode também ser muito divertido. #Ficaadica